Nublado
Mais uma noite de insônia.
Passo horas pensando em você.
Penso em como tudo poderia ser diferente.
O tempo vai passando… e eu digo que isso não é problema.
Quem estou tentando enganar?
Espero o sol raiar.
Espero ver cores: amarelo, azul e violeta.
Espero os pássaros começarem a cantar.
Então, eu abro a janela… e lá está:
O céu cinzento, o dia frio, o cheiro de cigarro, o som dos carros.
Me entristeço — mas digo que isso não é problema.
Por favor, por favor!
Não seja o céu cinzento.
✦ Entrelinhas desbotadas ✦
Este texto retrata um momento de insônia marcado por pensamentos repetitivos e uma tentativa constante de negação da dor.
A narradora pensa em alguém do passado e imagina como tudo poderia ter sido diferente, mas tenta se convencer de que não se importa.
A frase “isso não é problema” aparece como um mecanismo de defesa, usado para camuflar sentimentos que estão claramente machucando.
A expectativa de um novo dia — com sol, cores e canto de pássaros — é quebrada pela realidade: um céu cinzento, frio e urbano.
O contraste entre o que se espera e o que se encontra representa o rompimento entre idealização e realidade.
No fim, o pedido "não seja o céu cinzento" é uma súplica para que essa pessoa não se torne sinônimo de tristeza, como o dia que amanheceu.
O texto fala sobre a dor da ausência e o esforço frustrado de disfarçar o quanto ela ainda afeta — mesmo nas pequenas coisas, como a cor do céu.
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