Lar
Estou caminhando neste deserto de gelo.
Olho para os lados… de repente, escuto um som inexplicável.
Uma gigantesca escadaria de mármore surge.
O corrimão é de ouro. Nuvens coloridas pairam no alto.
Os portões se abrem, e eu começo a subir.
Pisco os olhos — e estou neste gigantesco jardim.
Roseiras com pétalas prateadas.
O gramado é de luz.
As folhas das árvores… são penas.
No ar, parece haver glitter.
O cheiro é de canela… ou seria baunilha?
Anjos repousam, meditam e cantam suavemente.
O tempo não passa rápido. Também não passa devagar.
Mas não há motivos para cronometrar.
Aqui, a paz e o amor não têm fim.
Me sento e relaxo.
Aqui é o meu lugar.
✦ Entrelinhas desbotadas ✦
Este texto descreve uma transição simbólica do desconforto para a paz — da solidão de um “deserto de gelo” para um espaço idealizado, cheio de beleza e calma.
A escadaria de mármore com corrimão de ouro representa a ascensão, tanto espiritual quanto emocional. Os detalhes exageradamente sensoriais (pétalas prateadas, gramado de luz, cheiro de baunilha) sugerem que o local descrito não é literal — é uma construção mental, emocional ou espiritual.
É possível interpretar esse “jardim” como uma representação do paraíso, de um refúgio interior, ou de um estado de meditação profunda.
A suspensão do tempo reforça a ideia de que esse lugar está fora da lógica comum: é um espaço onde o eu lírico encontra alívio, silêncio e reconexão com algo maior.
O uso da primeira pessoa, somado à frase final “aqui é o meu lugar”, deixa claro que essa paz não é uma fantasia inalcançável — é real e íntima, e pode ser acessada.
O texto representa o encontro com a própria paz — uma paz construída, protegida e reconhecida como lar.
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