Internamente
Esse texto nasceu de um daqueles dias em que a alma encontra luz após muito tempo no escuro. Uma metáfora pessoal, mas talvez você também já tenha vivido algo assim...
Presa em um mundo escuro, frio e vazio,
me contentei com as faíscas dos fósforos que eu tentava acender.
Eu chamava aquilo de luz...
E quando eu finalmente conseguia acender,
o fósforo rapidamente queimava —
e eu logo voltava para o escuro.
Eu me contentava com alguns fósforos por dia.
Eu chamava aquilo de luz...
Mas hoje eu acordei — e gritei.
Só eu sei o quão alto eu gritei… e você.
Você apareceu no meu mundo em forma de sol,
e finalmente, eu pude ver tudo ao meu redor.
Agora eu enxergo o meu caminho.
Sou livre para voar como um pássaro.
Mas também caminho — livremente — pela estrada da vida.
E eu sei que posso tropeçar em algumas pedras...
mas, Deus, você estará lá para me segurar.
✦ Entrelinhas desbotadas ✦
Este texto trabalha com a metáfora da escuridão como estado emocional prolongado — um período de dor, solidão ou até depressão.
Os “fósforos” representam pequenas tentativas de achar sentido ou alívio: momentos passageiros de luz que logo se apagam, e que acabam sendo normalizados pelo eu lírico como “luz suficiente”.
A repetição de “eu chamava aquilo de luz” mostra que a personagem estava emocionalmente resignada, acreditando que aquilo era o melhor que podia ter.
O ponto de virada é marcado por um despertar emocional: a chegada de alguém (ou de uma força espiritual) que surge como o “sol”, trazendo luz contínua, revelação e direção.
A partir desse momento, a liberdade deixa de ser apenas um desejo e se torna ação: voar e caminhar são símbolos de retomada da autonomia, da fé e da confiança no futuro.
A referência a Deus no final solidifica a presença de algo maior como apoio constante, mesmo diante dos tropeços que ainda virão.
O texto é uma metáfora da cura — e mostra que, por mais que a gente se acostume com o pouco, ainda é possível viver à luz plena.
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