Melancolia
Uma alma estava em guerra.
Encarou desastre atrás de desastre.
Ela é forte. Tem capacidade.
Ela segurou a espada e gritou — mas não apunhalou.
Mas diz que lutou.
A chama negra riu em sua face.
A alma fugiu e observou a escuridão dobrar de tamanho.
A alma estava perdida, vagando em subterrâneos.
Ninguém escutou os gritos.
O corpo se tornou lento e frio.
Estava quase sem emoções. Quase…
A tristeza ainda reinava ali.
O corpo estúpido acredita que a culpa é dele.
Acredita que precisa fazer algo para libertar a alma.
Mas não.
A alma é a única que tem a chave do corpo.
E ela sabe que precisa retornar.
E ela irá.
Ela irá!
É aquela luz no final do túnel.
É a alma se salvando daquele lugar.
✦ Entrelinhas desbotadas ✦
Este texto é uma metáfora profunda sobre esgotamento emocional, depressão e o processo de reconexão com a própria essência.
A “alma em guerra” representa o núcleo verdadeiro do eu, enfrentando dificuldades intensas (“desastre atrás de desastre”) até chegar ao ponto de se separar do corpo — o que pode ser entendido como dissociação ou desconexão interna.
A “chama negra” simboliza a força destrutiva, cínica, que zomba da tentativa de resistir.
Enquanto isso, o corpo segue funcionando, mas de forma mecânica, fria, e se culpa pela ausência da alma — um retrato claro de como nos sentimos quando perdemos o sentido das coisas.
A virada do texto está na revelação de que apenas a alma pode se libertar e voltar — ou seja, a cura precisa partir de dentro, de uma decisão íntima de retornar à vida e à consciência.
A mensagem central é poderosa: mesmo nos momentos mais sombrios, é a própria alma que guarda a chave para o recomeço.
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