A Montanha-Russa do Mundo
Me sinto em uma montanha-russa confusa.
Às vezes, quando ela me leva ao topo, não é alegria, é angústia no limite.
Mas então, de repente, surge um sinal de esperança,
e o trilho despenca, aliviando o peso.
Em outros momentos, é lá embaixo que me encontro,
triste, sem esperança, mergulhada na escuridão.
E, como um sopro inesperado, algo bom acontece,
e a esperança me ergue de volta para cima.
Nos pontos intermediários, sinto raiva.
Raiva do que vejo, do que escuto, do que este mundo permite.
Mas logo o carrinho desce um pouco,
e o vento me acalma,
como se dissesse: “esqueça por um instante,
respire, apenas siga.”
Tudo o que eu queria era encontrar o trilho plano.
Aquele pedaço da montanha-russa onde não há vertigem,
onde o horizonte se mostra claro,
e eu pudesse apenas olhar para frente,
deixar a curva chegar, e deixar a vida acontecer.
O mundo lá fora parece enlouquecer.
Um corpo cai sem motivo dentro de um trem,
outro diante de milhares de olhos.
O horror se espalha em vídeos,
a morte se torna piada, espetáculo, motivo de dança.
E eu sinto vontade de correr com a minha família
para fora deste mundo,
como se fosse possível fugir.
Mas então vejo algo que reacende minha chama:
milhões rezando, pedindo justiça, chorando juntos.
Descubro que os maus são poucos,
só parecem muitos porque gritam mais alto.
E percebo: também existe canto,
existe grito, existe união dos bons.
E, quando juntos, somos muito mais fortes.
O mundo, apesar de tudo,
ainda pode ser um lugar agradável.
Se lutarmos pela paz.
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