A cidade e a neblina
Puxei uma cadeira até a varanda e me sentei para observar o mundo afora.
A neblina cobria a cidade de mistério, e as luzes atravessavam a névoa formando raios dourados que pareciam feitiços lançados sobre o silêncio.
Meus cabelos ficaram úmidos por causa da bruma, e eu permanecia ali, parada, estática, hipnotizada pelo mundo que eu via.
Os pássaros cantavam e voavam pela neblina, alguns pareciam se teletransportar.
As árvores não se moviam. O vento estava em descanso. Mas a água pingava dos galhos e folhas, abençoando os que passavam pelas calçadas.
Os carros que deslizavam lentamente pareciam grandes criaturas com lanternas, explorando uma cidade invisível.
De repente, minha gata apareceu na janela e me deu três delicados toques com sua patinha branca de algodão.
Me olhou com seus grandes olhos verdes, arregalados, implorando para que eu voltasse.
Entrei. A acariciei. E, ao me virar para fechar a porta da varanda, o vento, que antes dormia, veio ferozmente, levando embora toda a neblina.
E assim terminou aquela história.
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