Entre a Avenida e o Vale
Uma caminhada que dividiu o mundo em barulho e silêncio — e me fez escolher para onde olhar.
Ontem, o dia estava ensolarado.
Minha mãe e minha irmã me chamaram para uma caminhada. Me arrumei, e lá fomos nós — quase final de tarde.
O clima estava perfeito: não muito quente, não muito frio.
“Para onde vamos?” é sempre a pergunta feita, principalmente por corações que gostam de mudar o trajeto, os cenários, as sensações…
“Não vamos caminhar hoje pela Borges. Vamos pela Avenida das Hortênsias e seguir até o mirante do Vale do Quilombo.”
E fomos.
Coloquei meus fones de ouvido, mas deixei a música bem baixinha — só para ser a pincelada final naquela pintura.
Ainda queria ouvir os sons da cidade... e da natureza.
Enquanto caminhava, observava os pássaros voando no céu, fazendo rasantes lindos. Também os ouvia cantar nas árvores da avenida.
Havia muitas pessoas por ali:
algumas que estavam apenas começando,
outras que já caminhavam há um bom tempo.
À minha esquerda, a avenida: som de carros, buzinas de caminhão, o cheiro do asfalto.
À direita, as árvores, as montanhas, o balançar dos galhos, os pássaros voando e cantando.
Tentei não olhar muito para o lado esquerdo.
Queria focar na beleza que havia à direita.
E era tão lindo, tão perfeito, que mesmo o barulho da avenida congestionada e o cheiro do trânsito não me impediram de sonhar...
Sonhei em como seria sobrevoar aquele vale,
voar com os pássaros, atravessar as nuvens, sentir o cheiro das flores.
Ao voltar para casa, tudo já estava escuro.
Mas ainda assim, eu podia sentir a paz — e a serenidade — daquele lugar.
✦Entrelinhas Desbotadas✦
Delicia de ler
ResponderExcluirDelícia é receber palavras assim. Muito obrigada por passar por aqui!
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