Acordando
Segure a minha mão.
Apoiarei a cabeça no travesseiro
e fecharei os olhos.
Não, eu não estou partindo
esta noite.
Feche os olhos comigo — vamos viajar.
É nesses sonhos que eu acordo.
Voamos sobre as montanhas,
conversamos com as flores,
tocamos a lava sem nos ferir,
e descobrimos segredos.
Segredos que só existem lá.
Ninguém acreditaria.
Sinta só como esse ar é puro.
Eu sei que vou acordar,
mas também sei que vou voltar.
Agora… vamos voltar.
✦ Entrelinhas desbotadas ✦
Este texto usa o sonho como metáfora para uma pausa emocional e sensorial compartilhada.
A frase “não estou partindo” evita que o leitor associe o ato de fechar os olhos à morte ou despedida, reposicionando-o como um gesto de entrega e confiança.
As imagens de voar, conversar com flores e tocar lava sem se queimar criam um espaço simbólico onde a lógica é suspensa — e, justamente por isso, possível.
Esse “sonhar a dois” se torna um recurso de conexão profunda, onde o eu lírico encontra liberdade para explorar sentimentos que talvez não caibam no mundo real.
O ato de acordar, ao final, não quebra essa magia: ele reafirma que, mesmo que temporário, esse espaço foi real e importante.
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